Zona Curva

Citação

Textos inspirados em citações de grandes autores

Louco é quem me diz

” É absurdo que eles me achem louco. Logo eu, que sou a pessoa mais santa e idealista desse mundo desvairado de hoje. Os verdadeiros santos eles consideram loucos, eles é que são loucos. Um doido me bate a carteira e eu acabo enfiado numa camisole de force por não ter sido suficientemente amoral. Os padres vêm ajudar esses insetos perdoando tudo na confissão”. Carl Solomon em De Repente, Acidentes (página 89)

Farra muito doida por Fausto Wolff

FAUSTO WOLFF (…) Como é bom, Entre o tanto e o que jamais Chegou a existir, Estar aqui. Quase terra, quase pranto, quase nada. Ser e existir assim desse jeito camarada Que abraça o tudo e o nada. Não dá pé (…) Estás no meio da onda, Companheiro. E é aí, Entre a escuridão e o sol, Que as coisas se explicam. Entre a atração do abismo E a sôfrega busca do claro, Que se decide O que não temos coragem de matar. Trechos de poemas de Fausto Wolff in Gaiteiro Velho   https://www.zonacurva.com.br/fausto-wolff-cinco-anos-sem-o-velho-lobo/  

Aperceba-se

“É para o mundo exterior, que abrimos os olhos todas as manhãs, é nele que, de bom ou mau grado, temos de procurar viver. No mundo interior, não há trabalho nem monotonia. Visitamo-lo apenas em sonhos e devaneios, e sua singularidade é tal que nunca encontramos o mesmo mundo em duas ocasiões sucessivas” Aldous Huxley in As portas da percepção  

João do Rio e o jornalismo

“Para ser jornalista, em qualquer parte do mundo civilizado, é preciso ter vocação e prática. Já se dispensa o bom senso, como se dispensa o estilo e a impertinente gramática. Aqui não há estilo, não há gramática, não há prática, não há bom senso, não há vocação. Um pequeno estudante, naturalmente poeta, tem uma crise monetária. A revisão incomoda-o. É difícil emendar o que os outros escrevem, quando não se tem absoluta certeza. O povoamento do solo já não tem empregos, nem para os mineiros. Que fazer? O pequeno estudante arranja um empenho político e amanhece repórter, redator, jornalista. Um cidadão qualquer fracassou em todas as profissões, quebrou, foi posto para fora de um clube de jogo. Que faz? É jornalista. Aquele moço bonito, cuja bolsa parca só se compara à opulência de vontade de frequentar as rodas chiques, vê-se à beira do abismo? Não há hesitações. Faz-se jornalista. O idiota que quer gastar dinheiro, o industrial esperto, o político com apetites de chefe, estão em crise? Surge imediatamente o jornal para lançá-los, lançado por eles.” João do Rio in O Charuto das Filipinas do livro Cinematógrafo (1909).   A utopia, a esperança e o jornalismo