Bem-vindo à era da telemática
No mundo hiperconectado em que passamos a habitar nos últimos 15 anos, uma nova revolução de aplicativos para celulares já teve início. Refiro-me às videochamadas. Inauguradas pelo Skype, com o sistema Voip (voz sobre Internet Protocolo), em 2001, para computadores fixos (desktops), laptops e, portanto, para webcam, foram recentemente estendidas para os celulares. O certo é que a comunicação instantânea por áudio e vídeo está se tornando acessível e disseminada em escala massiva. Seja através do próprio Skype ou em redes sociais como as proporcionadas por aplicativos como o Whatsapp (que anunciou o lançamento do recurso para este mês), Viber (disponível desde 2014) e mesmo o Facebook (já adotada em alguns países e prevista para alguns meses no Brasil). Há, ainda, entre outros, o Imo e o Tango. A comunicação por videofone, contudo, extrapola a noção de mera visualização dos interlocutores para converter-se em uma extraordinária telemídia. Saliente-se que o termo “vídeo”, aplicado nesse caso, diferentemente da concepção em voga, de uma gravação reproduzível de imagens, consiste, agora, no uso das câmeras embutidas nos celulares com transmissão em tempo real. Com isso, diferentemente do modelo vislumbrado na ficção The Jetsons (dos anos 60) sobre habitantes de um futurível ano 2.000, as videochamadas ampliam o diálogo e os acenos face to face para converter-se em tomadas dos ambientes. O advento da videochamada, nesse sentido, redimensiona o contato telefônico com as imagens dos interlocutores para dotá-los da capacidade de apresentar todo o espaço circundante. Um celular, bem entendido, uma câmera na mão, e o mundo real (o ambiente circundante) estará disponível ao olhar perscrutador do outro. No princípio, em 1973, era o verbo. Em 1988, os dados. Em 4G, logo teremos câmeras cada vez mais potentes e adequadas às transmissões por emissoras de TV e pela Internet. A evolução tecnológica, notadamente o crescimento exponencial da capacidade de processamento dos circuitos integrados e o aumento da disponibilidade de banda propiciado pelas modernas redes de telecomunicações, revelam o esforço de tornar cada vez mais semelhante os contatos virtuais à interação pessoal. Um exemplo desse enriquecimento é a crescente presença do vídeo nos meios de comunicação pessoais: sejam videoconferências em celulares, através dos messengers, como recursos cada vez mais comuns de comunicação. Nesse ambiente, as corporações se tornarão ainda mais atuantes, com visibilidade e mobilidade em full time. Tornados cada vez mais plurais em sua singularidade, aplicativos com videochamada possibilitarão enorme gama de usos. Logo, as corporações e qualquer usuário, se apropriarão, em modos inusitados, das aplicações multimídia. Com as mídias de comunicação instaurando, de uma vez por todas, a nova fase da tecnologia da imagem, vale saudá-lo, mero portador de um dispositivo móvel, com um bem-vindo à Era da Telemática total. Facebook: uma autocracia encurralada Quanto mais informação, mais dúvidas Taxação das plataformas digitais já! O binômio fake news/redes sociais nos impõe novos comportamentos políticos O lado retrógrado da avalancha informativa digital A nova função da notícia na guerra por corações e mentes Grandes redes sociais acabam com o sonho idílico de uma internet livre O apocalipse informativo Era da pós-civilidade Quanto mais informação, mais dúvidas A Internet não pode ser um jardim murado