Zona Curva

#forabolsonaro

Paralisação dos pós-graduandos no dia 26

  O Zonacurva Mídia Livre se solidariza com a Paralisação Nacional dos Pós Graduandos  convocada pela ANPG (Associação Brasileira de Pós-Graduandos) em defesa da ciência, que ocorrerá no dia 26 de outubro. Repetidamente, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes encaminham o país em direção ao desastre completo. Desta vez, permitindo o corte de R$ 635 milhões que deveriam ser recebidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para o pagamento de bolsas e projetos científicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em seu projeto de sucateamento da educação e da ciência, o governo federal ameaça o funcionamento de dezenas de universidades em decorrência dos sucessivos cortes que as instituições vêm enfrentando, correndo o risco da nação sofrer um apagão científico. Esse corte da verba do CNPQ serviria justamente para complementar o orçamento deficitário da agência e fazem parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FNDCT). A liberação desses recursos para a ciência seria fruto de uma longa batalha da comunidade científica contra o governo. Durante a pandemia de Covid-19, países do mundo inteiro investiram em pesquisas acadêmicas para garantirem a vida de sua população, seja com vacina ou estudos para conter a circulação do vírus. Tornou-se evidente a importância do conhecimento científico para a prevenção ao surgimento de novas doenças, assim como para o tratamento das já existentes. A maneira mais eficaz de se construir um Brasil moderno e livre de desigualdades é através da educação. Só assim é possível superar as dificuldades enfrentadas pelo país desde sua colonização exploratória. Os pesquisadores brasileiros precisam conseguir exercer suas tarefas com dignidade e respeito, ocupação que demanda dedicação integral, esforço e paixão. https://urutaurpg.com.br/siteluis/o-incentivo-a-pesquisa-retrocedeu-ao-nivel-nos-anos-90-afirma-flavia-cale-representante-nacional-dos-pos-graduandos/

Tá osso!

“Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida” (Graciliano Ramos em Vidas Secas)   A fome não é um evento natural, um lance do acaso, não é incidental, alhures: a fome é um projeto de governo, uma estratégia propositada de poder, de aprofundamento das desigualdades sociais, pelas classes dominantes (empresariais, políticas, jus-midiáticas) para dominação, contenção e controle social privilegiando um sistema/modelo de uma economia agroexportadora, exploratória, offshore. É a mesma simetria do planejamento oitocentista reservado aos escravos e imigrantes pela mercantilização coagida e exploração da força de trabalho. A alimentação está diretamente relacionada à qualidade de vida, ao direito básico elementar de bem-estar de todo cidadão, como a saúde, trabalho, moradia, liberdade, segurança em caso de invalidez, velhice etc., enfim, tantos outros direitos e garantias sociais retirados do dia a dia dos trabalhadores. A ponte para o atraso – As políticas de segurança alimentar vêm sofrendo um gravíssimo desmantelamento a partir da austeridade fiscal clientelista e o descaso das políticas de combate à fome a partir da gestão de Michel Temer, que assumiu a presidência após a articulação de um golpe, intensificado pelo execrável governo Bolsonaro. Hoje cerca de 20 milhões de brasileiros passam fome e 120 milhões convivem com alguma insegurança alimentar. Segundo recente relatório da ONU para a Agricultura e Alimentação aponta que, de 2018 a 2020, mais de 23% da população brasileira tiveram “falta moderada ou severa” de alimentos. Com isso, 49,6 milhões de pessoas, incluídas as crianças, deixaram de comer por falta de dinheiro ou reduziram de forma relevante a quantidade e qualidade de alimentos ingeridos. Os cortes orçamentários na Segurança Alimentar e Nutricional do Plano Plurianual (PPA) em 2017 durante o governo Temer (em comparação com 2014) foi de 76%, valores que diminuíram de R$ 478 milhões para R$ 294 milhões. Já o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das principais políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar no Brasil, sofreu uma redução de 40% no orçamento. De acordo com a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) o número de pessoas atendidas diminuiu de 91,7 mil para 41,3 mil, uma redução de 55% no número de famílias alcançadas. É criminosa a redução orçamentária de programas e metas do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN) 2014/2018, senão vejamos:   Programas e metas, com base em dados do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA)    Ano 2014 (R$) Ano 2018(R$) Redução(%) Distribuição de alimentos para grupos populacionais tradicionais (cestas básicas) 82 milhões 27,4 milhões 67% Apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades quilombolas, povos               indígenas, povos e comunidades tradicionais 6 milhões 0  (zero) 100% Assistência Técnica e Extensão Rural para famílias assentadas e extrativistas (ATES) 357 milhões 19,7 milhões 94% Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 1,3 bilhões 431 milhões 67% Programa ‘Água para Todos” (cisternas) 248,8 milhões 40,8 milhões 94% Assistência Técnica e Extensão Rural para famílias assentadas e extrativistas (ATES) 357 milhões 19,7 milhões 94%   A ponte para a tragédia  –  Em seu primeiro dia de governo, o presidente Jair Bolsonaro já demonstrava as atrocidades e violências pretendidas ao  editar a Medida Provisória 870, alterando as atribuições e a estrutura dos ministérios e dos órgãos ligados à Presidência da República. Por meio dela, a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan, Lei 11.346/2006) sofreu alterações profundas, tendo como consequência prática a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA – órgão de assessoramento com a competência institucional de apresentar proposições e exercer o controle social na formulação, execução e monitoramento das políticas de segurança alimentar e nutricional). O atual governo de ocupação militar tem seguido a mesma orientação de desmonte e entrega do Estado pela especulação, agiotagem e favorecimento do mercado financeiro rentista através de nítida configuração fascista de destruição de direitos trabalhistas e previdenciários, aniquilamento das garantias sociais, precarização das relações de trabalho, com impactos diretos na renda de famílias, onde a perversidade, a morte e o desamparo são a tônica deste nefasto governo. É uma política de Estado criminoso onde a ausência de vontade política e vagabundagem explícita levam à indexação da economia ao dólar, decorrente dos privilégios ofertados à agroexportação e ao mercado financeiro, determinando a inflação de alimentos. Com isso, milhões de brasileiros deixam de se alimentar, comprometendo, sobretudo, a vida de milhões de crianças. A insegurança alimentar atinge hoje um quarto (1/4) dos brasileiros. O Brasil ainda enfrentou no ano de 2020 o aumento de 14,09% no preço dos alimentos, 10 (dez) pontos percentuais acima da inflação no período, conforme o Índice de Preços ao Consumidor. Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a desvalorização do real é decorrente do fomento, dos privilégios à exportação e das indústrias de ultraprocessados, criando uma economia voltada ao mercado e ao lucro, em detrimento da geração de empregos, renda e do combate ao aumento da pobreza. Tais medidas, além de incentivarem o desmatamento e a contaminação por agrotóxicos, criam um ambiente favorável a conflitos pela terra e ataques às populações tradicionais e aos agricultores familiares. Durante a pandemia, enquanto inúmeros países seguraram os estoques de suas produções, o Brasil continuou exportando, colocando em riscos seus trabalhadores e não fazendo um estoque regulatório. Somente no período de abril/2020 a abril/2021, o preço das commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos variou de 20% a 100%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). De acordo com o levantamento, insumos como milho, soja e arroz subiram 84%, 79% e 59%, respectivamente, ao longo do período analisado. Já o trigo e o leite tiveram alta de 37%, enquanto o café 36% e o açúcar 40%. Hoje temos um governo inepto e irresponsável que extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e não promove as reuniões da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar (CAISAN), órgão que tem a responsabilidade de atuar na elaboração de políticas, planos e monitoramentos alimentar. A fome e o morticínio são uma política macabra de Estado criminoso, infame e

“O incentivo à pesquisa retrocedeu ao nível nos anos 90”, afirma Flávia Calé, representante nacional dos Pós Graduandos

  O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu nesta quinta-feira (14) a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé. Em conversa com o Fernando do Valle (editor do Zonacurva), ela comentou sobre sua preocupação com o futuro da pesquisa científica no Brasil e o projeto “antinacional” do governo Bolsonaro. Publicado em março, o Orçamento da União de 2021 divulgou o menor número de recursos destinados à educação desde os anos 2000.  “A ciência brasileira retrocedeu aos patamares dos anos 90. Apenas 13% das bolsas aprovadas por mérito acadêmico poderão ser efetivadas com esse orçamento”, diz a entrevistada. Calé também aponta que o sucateamento da educação, o negacionismo científico e econômico fazem parte do plano de destruir o Brasil, que ela nomeou de “ projeto antinacional. A escolha de professores, alunos e cientistas como inimigos da nação é a cortina de fumaça necessária para que Bolsonaro siga com o seu plano. A fuga de cérebros, fenômeno que ocorre quando profissionais brasileiros vão para outro país exercer suas ocupações, e o apagão de dados também foram temas abordados pela presidenta da ANPG. “O Brasil vem sofrendo um apagão de dados com a não realização do censo do IBGE, o desmonte do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). E tudo isso impossibilita a construção de políticas públicas”, afirma Flávia Calé. Ela também alerta sobre da falta de dados e diagnósticos em relação ao impacto que tem a evasão dos cientistas brasileiros para o Brasil. Entretanto, para Calé, o fenômeno “crônico e dramático” da fuga de cérebros não é o pior para o futuro da educação brasileira. Ela aponta que a crise econômica e os desmontes dos centros de pesquisa ocasionam algo muito mais grave que é a desistência da área científica. Calé explica que a educação é uma possibilidade de mobilidade social, e que, nos últimos 20 anos, diversas economias familiares giravam em torno dos estudos de um integrante da família. Deste modo, enquanto todos da casa trabalhavam e um tinha a oportunidade de estudar em uma universidade, e assim surgiam as histórias de pessoas que eram as primeiras da família a irem para a universidade. “Acontece que, com a crise econômica, esses estudantes, que antes poderiam só estudar, agora precisam ir atrás de um emprego. Além disso, também temos milhares de estudantes endividados com o FIES, por terem perdido seus empregos” explicou a entrevistada. A crise econômica e o projeto antinacional atingem diretamente a esperança de milhões de jovens, foi assim que o Enem 2020 teve abstenção de 50% dos alunos inscritos. Calé relembra que essa desesperança coletiva entre os jovens é a mesma do ano de 1998, quando o exame estava em seu primeiro ano de aplicação. Nesta época, alunos de escolas públicas não enxergavam a universidade como possibilidade de futuro. Para Calé, a chance de superação dessa crise econômica também está na educação, “A indústria automobilística brasileira, por exemplo, está em crise por falta de insumos e novas tecnologias, sendo assim a forma de melhorar isso é justamente com o investimento nessa área e na ciência”. Em seu segundo mandato como presidente da ANPG, associação estudantil com mais de 30 anos e que vem lutando pela garantia de direitos dos pós-graduandos brasileiros, Calé e a diretoria da associação estão convocando a paralisação em defesa da ciência e pela  garantia de mais de R$ 5 bilhões para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(FNDCT),  no dia 26 de outubro. Paulo Freire, educador do mundo Paralisação dos pós-graduandos no dia 26

Todos à rua no #forabolsonaro do dia 2

#forabolsonaro – Centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical e a Pública) estão convocando manifestações no dia 2 de outubro (sábado) para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente organizado pela esquerda, o movimento busca receber partidos e pessoas de quaisquer posicionamentos políticos, desde que sejam pelo impedimento de Bolsonaro. No início de setembro, os representantes dos trabalhadores publicaram nota convocando a população para participar das manifestações.  “Vamos ocupar às ruas em protesto contra o caos que representa, ao país, ter o mitômano Jair Bolsonaro na Presidência da República: desemprego recorde, fome, carestia, inflação, corrupção, retirada de direitos, desmonte dos serviços públicos e das estatais, ataques à democracia, à soberania e às liberdades, atropelo da ciência e desprezo à vida”. Os sindicatos afirmaram também a insatisfação com a conduta do presidente diante da crise sanitária, afundando o país em outras crises que diminuem a qualidade de vida dos brasileiros. Segundo eles, as manifestações são essenciais à democracia e devem pressionar pela responsabilização de Bolsonaro pelos atos ilícitos que pratica. “A voz das ruas tem que ser ouvida, e nós seremos essas vozes no 2 de outubro e em todas as datas que vierem, até que Bolsonaro seja afastado para ser julgado pelos crimes que cometeu e comete diariamente contra os brasileiros, até que ele responda pelo genocídio que tirou as vidas de quase 600 mil pessoas na pandemia de Covid-19, pelo desemprego que atinge 100 milhões e pelo desalento que causa miséria e fome”, diz a nota Antes dispensando a participação de movimentos como o MBL, que colaboraram para o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, os partidos de esquerda esperam atrair o apoio de todos que possam contribuir na luta contra o desgoverno de Jair Bolsonaro. Com a participação de toda a massa insatisfeita com a gestão do governo, as centrais sindicais enxergam maior possibilidade de obter resultado positivo no afastamento de Bolsonaro da Presidência da República. As manifestações estão previstas para todo o Brasil e até em outros países, organizadas por, além das centrais sindicais, outras 80 entidades representadas por Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Frente Nacional Fora Bolsonaro e alguns partidos como o PT e o PSOL. A previsão é de que ocorra pela manhã na maior parte do Brasil, e no período da tarde na Avenida Paulista. Locais e horários das manifestações de 2 de outubro São Paulo – SP: Masp (13h) Salvador – BA: Campo Grande (9h) Fortaleza – CE: Praça da Bandeira (8h) Belo Horizonte – MG: Praça da Liberdade (15h30) Rio de Janeiro – RJ: Candelária (10h) Brasília – DF: Museu Nacional (15h30) Florianópolis – SC: Largo da Alfândega (15h) Teresina – PI: Praça do Rio Branco (8h) Porto Alegre – RG: Largo Glenio Peres (15h) Recife – PE: Praça do Derby (9h)   Com colaboração de Carolina Raciunas La vai o Brasil descendo a ladeira Acender uma vela pelo Brasil    

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