Zona Curva

Curtas na curva

Textos breves sobre uma gama variada de assuntos.

Brasil reduziu evasão escolar com o ECA, segundo UNICEF

Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que, desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil reduziu em 64% a evasão escolar de crianças e adolescentes no ensino fundamental, passando de 19,6% dos alunos matriculados, em 1990, para 7% em 2013. Segundo o Unicef, a implementação do ECA ajudou a reduzir a mortalidade infantil, de 47 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos, em 1990, para 15, em 2011. Essa redução deve-se sobretudo à ampliação da consultas de pré-natal no país desde a implementação do ECA. Enquanto em 1995, 10,9% das gestantes não tinham acesso a nenhuma consulta pré-natal, em 2011, o percentual caiu para 2,7%. O percentual de grávidas que fizeram sete ou mais consultas passou de 49% para 61,8% no mesmo período, diz o relatório do Unicef. Conforme o Relatório ECA25anos do Unicef, nas últimas duas décadas e meia, o Brasil reduziu em 88,8% a taxa de analfabetismo na faixa entre 10 e 18 anos de idade, passando de 12,5%, em 1990, para 1,4% em 2013, conforme dados do Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad). Se o país melhorou indicadores importantes desde a sanção do ECA, na avaliação do Unicef, ainda precisa superar problemas como os homicídios de adolescentes, que cresceram 110% de 1990 a 2013, passando de 5 mil para 10,5 mil casos por ano. Conforme o relatório do Unicef, com base nos dados do Ministério da Saúde, 28 crianças e adolescentes foram assassinados por dia em 2013. Outro desafio apontado pelo Fundo das Nações Unidas é reduzir a mortalidade de crianças indígenas, que hoje têm duas vezes mais risco de morrer antes de completar um ano de vida do que as demais crianças do país. Com Agência Brasil.

Papa Francisco defende preservação do meio ambiente em nova encíclica

Em um dos trechos da nova encíclica papal Laudato Si (“Louvado Seja”), publicada hoje, o papa Francisco afirma que “os humanos estão transformando a Terra em uma imensa pilha de lixo”. A primeira encíclica, documento oficial da igreja direcionado aos bispos e todos os fiéis, de autoria exclusiva de Francisco faz um apelo para que os governos de todo o mundo adotem um modelo de desenvolvimento sustentável e em defesa do meio ambiente. Jorge Mario Bergoglio já havia publicado a Lumen Fidei em junho de 2013, que tinha sido iniciada por seu antecessor Bento XVI. Ao longo das 191 páginas da Laudato Si, ele afirma que a população mundial arcou com “todo o custo” do resgate dos bancos durante a crise financeira e econômica iniciada em 2008. Segundo ele, o “mercado cria um mecanismo compulsivo para promover os seus produtos”, mas este não pode ser o “paradigma” de vida da humanidade. Ontem o papa havia pedido para que todos acolhessem o documento “de almas abertas” e que a encíclica estaria “em linha com a doutrina social da Igreja”. Não foi o que aconteceu com o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado norte-americano, James Inhofe, que afirmou que “o papa deveria ficar com o seu trabalho e nós ficaremos com o nosso”. O papa pede providências em nome dos pobres, que são, segundo ele, os que pagam pela ambição das nações mais ricas. A encíclica deve basear o apelo que o Papa fará em seu discurso no Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e nas Nações Unidas, em Nova York, em setembro, por avanços no combate às mudanças climáticas. A pressão de Bergoglio visa um acordo favorável à preservação ambiental na Cúpula do Clima de Paris, marcada para o fim deste ano. O teólogo Leonardo Boff, que chegou a enviar livros e estudos para Bergoglio sobre ecologia, escreveu hoje que “há no texto [do Papa] leveza, poesia e alegria no Espírito e inabalável esperança de que se grande é a ameaça, maior ainda é a oportunidade de solução de nossos problemas ecológicos”. As palavras do título e de abertura, “laudato si” são citadas do famoso Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, em que o “pequeno homem pobre” das colinas da Úmbria, no século 13, comemorava seu parentesco com o universo, agradecendo a Deus pelo “irmão sol”, a “irmã lua e as estrelas” e “a mãe Terra”. Leia a encíclica na íntegra. Com informações da agência ANSA e Deutsche Welle. https://urutaurpg.com.br/siteluis/claudio-hummes-o-cardeal-defensor-dos-trabalhadores/ Geração Z sofre com eco-ansiedade, medo da destruição ambiental Governo Bolsonaro e Sínodo Pan-Amazônico

10 grafites para (tentar) entender o hoje

Há séculos, o homem desenha em paredes, antes nas cavernas. Mas foi nos anos 70 que a galera do Hip Hop começou a gritar de insatisfação com seus desenhos nas paredes de Nova Iorque e nasce o grafite como o conhecemos hoje. A origem da palavra grafite vem da palavra italiana grafito, que significa rabisco. Rabiscos produzidos por latas de spray que libertam como nenhuma outra forma de expressão o inconsciente coletivo das grandes cidades. Antes desprezados e perseguidos pela polícia, certos grafiteiros hoje estão na linha de frente do que mais criativo se produz nas artes visuais. Selecionamos 10 grafites que abordam assuntos atuais como as revoltas conectadas do século 21, ecologia, desigualdade social, entre outros. 1. Grafite do britânico Banksy: 2. Grafite do brasileiro Francisco Rodrigues da Silva, o Nunca:   3. Grafite do norueguês Dolk:   4. Grafite do brasileiro Daniel Melin:   5. Grafite do italiano Blu e dos brasileiros OsGemeos:   6. Grafite do brasileiro Rage:   7. Grafite do espanhol Pejac:   8. Grafite de autor desconhecido:   9. Grafite do britânico Banksy:   10. Grafite do brasileiro Alexandre Orion: Dismaland, o parque de diversões distópico de Banksy

Sem mais frutas estranhas

Nos anos 30, o professor e poeta Abel Meeropol lecionava na Dewitt Clinton High School em Nova Iorque e não conseguia esquecer a foto de Thomas Shipp e Abram Smith, dois jovens negros linchados e dependurados em uma árvore no estado de Indiana. Com a imagem na cabeça, Meeropol escreveu o poema “Strange Fruit”, que foi publicado no jornal do colégio. Anos mais tarde, a cantora Billie Holiday imortalizou seu poema. O poema revoltado do professor judeu de Nova Iorque (Meeropol) entoado pela força existencial e musical de Billie Holiday, uma cantora negra da Filadélfia, fez surgir um hino pela luta por igualdade dos negros nos bicudos tempos da segregação racial. Os estranhos frutos (“black bodies swinging in the southern breeze”) brotavam da cultura da intolerância e do racismo de Estado, em particular no sul dos Estados Unidos. Billie Holiday interpreta “Strange Fruit”: Foi o saxofonista Lester Young que apelidou Billie de Lady Day. Amigos, eles formaram um dos mais talentosos duos da história da música. Lester morreu poucos meses antes de Billie, em 1959. Saiba mais. Eleanora Fagan, conhecida como Billie Holiday, nasceu há 100 anos na Filadélfia em 7 de abril de 1915 e morreu em Nova Iorque no dia 17 de julho de 1959.  Em entrevista ao jornal Pasquim em julho de 1972, o escritor negro James Baldwin ressalta a importância da música negra norte-americana: “nós [os negros] demos o que essa cultura que você [o entrevistador Paulo Francis] insiste em chamar de americana tem de melhor, de mais aceita no mundo inteiro, a música”. Depois de ouvir Billie Holiday, quem ousa discordar de Baldwin. Billie sobreviveu a vários perrengues. Filha de pais adolescentes, abandonada pelo pai ao nascer, vítima de tentativa de estupro por um vizinho, prostituta aos 13 anos e viciada em drogas e álcool, Billie começou sua carreira imitando a cantora Bessie Smith, que idolatrava, em bares de Nova Iorque. Ela retirou seu nome artístico de seu pai, o músico Clarence Holiday, e da atriz Billie Dove, que admirava na infância. Billie se arriscou apenas uma vez no cinema. Em 1947, interpretou uma empregada doméstica, reflexo do preconceito existente na indústria cinematográfica à época, no filme New Orleans. Com talento para cantar, a personagem de Billie se envolve com um músico famoso, interpretado Louis Armstrong. Billie foi perseguida por anos pelo chefe do Departamento Federal de Narcóticos, Harry J. Anslinger, que colocava agentes no encalço da cantora. O policial Anslinger odiava jazz e acreditava que o ritmo não passava de “sons de uma noite na floresta”. Após algumas detenções, Billie foi internada no Hospital Metropolitano de Nova Iorque em maio de 1959 com problemas no fígado e coração. No hospital, recebeu voz de prisão e morreu aos 44 anos em 17 de julho de 1959 sob custódia policial no hospital, inclusive com agentes até dentro do quarto. Billie Holiday em “Please Don´t Talk About Me When I’m Gone” (1959) em sua última apresentação ao vivo: Em “Fine and Mellow”, de 1957, Billie canta acompanhada de uma espetacular banda com Gerry Mulligan, Coleman Hawkings e Ben Webster nos saxofones e outros talentosos músicos: “Crazy he calls me” (1949): Fonte usada: Open Culture. A revolta do escritor Lima Barreto contra o racismo Embarque no sax de John Coltrane

Papa Franciso autoriza beatificação do bispo salvadorenho Óscar Romero

O Papa Francisco aprovou na semana passada decreto para a beatificação do arcebispo salvadorenho Óscar Arnulfo Romero, religioso da Teologia da Libertação que rebelou-se contra as injustiças da dura guerra civil que seu país enfrentou entre 1980 e 1992. O conflito deixou triste saldo de 75 mil mortos e 1,5 milhão de refugiados, à época El Salvador contava com cerca de 5 milhões de habitantes. Os presidentes norte-americanos Jimmy Carter, Ronald Reagan e George Bush pai apoiaram o governo salvadorenho e forças paramilitares com US$ 7 bilhões no período de dez anos. A beatificação de Romero deve acontecer no dia 23 de maio de 2015, um dia antes dos 35 anos após sua morte,  em uma missa em San Salvador, capital de El Salvador. O processo estava parado há 21 anos, os papas João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI (2005-2013) não simpatizavam com a Teologia da Libertação. Com a eleição do Papa Francisco (2013), o processo foi acelerado. A Teologia da Libertação, seguida por Romero, nasceu na América Latina na década de 1960 com o objetivo, a grosso modo, de inserir a busca por justiça social como parte da prática religiosa e sobretudo incentivar uma maior consciência ética dos fiéis. Aos 62 anos, Romero foi assassinado por militante de extrema direita no altar da igreja de um hospital em 24 de maio de 1980 quando celebrava a missa de Domingo de Ramos. O curioso é que Óscar Romero só foi escolhido arcebispo por seu perfil conservador. Com o tempo, passou a fazer homilias contra os assassinatos e torturas praticados pelo Estado, o que irritou setores do governo. Em fevereiro de 1980, em viagem a Bélgica denunciou o assassinato e perseguição a religiosos, aos domingos, os discursos inflamados de Romero na rádio eram populares em San Salvador. O ótimo filme “Salvador, o martírio de um povo” (1986), do diretor norte-americano Oliver Stone, mostra o assassinato de Romero. Saiba mais sobre o filme de Oliver Stone. Dom Hélder Câmara e o Brasil hoje  

Relatório da Comissão da Verdade pode revelar localização do corpo de Stuart Angel

A Comissão Nacional da Verdade acaba de entregar seu detalhado relatório à presidenta Dilma Rousseff. A comissão identificou 377 responsáveis por crimes durante a ditadura militar (1964/1985) após dois anos e sete meses de trabalho. Uma das muitas revelações do relatório pode ser o paradeiro do corpo do militante Stuart Angel, morto sob tortura em maio de 1971, aos 26 anos. Segundo depoimento do capitão reformado Álvaro Moreira em junho deste ano à CNV, Stuart teria sido enterrado na cabeceira da pista da Base Aérea de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. Em 1976, a base aérea de Santa Cruz passou por uma ampla reforma e uma ossada com o crânio quase completo foi encontrado pela empresa Cetenco, responsável pela obra. As fotos do crânio foram localizadas e enviadas para o Centro de Ciências Forenses da Universidade de Northumbria em Newcastle (Inglaterra) e o Centro de Medicina Legal da USP de Ribeirão Preto. Ambos os exames concluíram que o crânio localizado pode ser do desaparecido político. A CNV ainda busca o cemitério em que a ossada foi enterrada. Stuart integrava o MR-8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro) e foi barbaramente torturado por agentes do CISA (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica) na base área do Galeão para que revelasse onde se encontrava Carlos Lamarca, dirigente do MR-8, e outros militantes, e não o fez. O militante Alex Polari, também preso na base área, testemunhou que Stuart chegou a ser amarrado com a boca no escapamento de um carro e arrastado pelo pátio do quartel. O então capitão-aviador Lúcio Valle Barroso, hoje coronel reformado, é o único dos oficiais da Aeronáutica identificados por Alex Polari entre os envolvidos nas atrocidades cometidas contra Stuart Angel que continua vivo. Barroso depôs na CNV e negou seu envolvimento na morte de Stuart e ainda que desconhecia a existência de prisão e de práticas de tortura na Base Aérea do Galeão, apesar de inúmeras acusações contra ele. A mãe de Stuart, a estilista Zuzu Angel pressionou as autoridades por notícias de seu filho, chegando a entregar uma carta ao  secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, durante sua visita ao Brasil em 1976. O ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra acusou o coronel Freddie Perdigão Pereira de ter forjado o acidente que vitimou Zuzu em 1976. Leia matéria. Fonte usada: Comissão Nacional da Verdade

Documentário questiona privatizações dos anos 90

O documentarista Silvio Tendler lançou Privatizações: a Distopia do Capital. O filme contesta o modelo de Estado mínimo e recorda a farra das privatizações realizadas na década de 90 nos setores de telecomunicações e elétrico, na Vale do Rio Doce e na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), além da tentativa de privatizar a Petrobrás. A própria produtora do cineasta, a Caliban Produções Cinematográficas, disponibilizou o filme no Youtube. Em cerca de uma hora, o documentário mostra as repetidas investidas do mercado financeiro contra os Estados nacionais. O ex-presidente do BNDES e professor, Carlos Lessa, identifica o momento em que o Brasil embarca no neoliberalismo na declaração do presidente Fernando Collor de Mello de que “o automóvel brasileiro é uma carroça”. Segundo Lessa, “o que era a glória da industrialização brasileira, que era ter logrado êxito na produção de veículos automotores é desqualificada por Collor de Mello, ele nega a importância do desenvolvimento industrial”. O Zonacurva publicou texto sobre outro filme de Tendler, O veneno está na mesa 2, que discute o papel das corporações na produção de alimentos. Em entrevista à rede Brasil Atual, o diretor Silvio Tendler explica que “venderam a Embratel, a Vale do Rio Doce, foi uma tragédia, perderam a CSN, que foi feita com o esforço do povo brasileiro. O Brasil inteiro teve todo um esforço coletivo para industrializar o país e destruíram tudo, venderam a preço de banana”. Para contar a história recente da desestatização da economia brasileira, Tendler entrevistou intelectuais, políticos e técnicos. Silvio Tendler é um dos maiores documentaristas brasileiros e tem no currículo filmes como Glauber o Filme – Labirinto do Brasil (2003), Jango (1984), Utopia e Barbárie (2009), Os Anos JK – Uma trajetória política (1980) e muitos outros. Agrotóxicos: Cuidado com o que você come  

O poeta Manuel Bandeira, por Joaquim Pedro de Andrade

  [embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=PCzyBUthBxM[/embedyt] Em 1959, o cineasta Joaquim Pedro de Andrade debutou como diretor de cinema com o curta-metragem O Poeta do Castelo, que mostra o cotidiano de seu padrinho de crisma, o poeta Manuel Bandeira. O cinemanovista Joaquim tem no currículo filmes como Macunaíma (1969) e Garrincha, alegria do povo (1962). Joaquim Pedro descreveu a experiência de filmar o poeta em texto publicado no Suplemento Literário do Diário de Notícias em abril de 1966: “Manuel Bandeira descobriu que era um bom ator. A sua risada alegre e inesperada, comemorando o primeiro take do filme O Poeta do Castelo, foi para mim a mesma e boa surpresa que desde menino eu ouvia quando menos esperava. Sou afilhado e amigo de Manuel Bandeira. Às quartas-feiras, ele vinha jantar com meu pai (Rodrigo Melo Franco de Andrade) e falava de tudo. Me lembro bem das noites em que ele se indignava, contando alguma coisa que o tivesse irritado e agitava-se impulsivo, violento, para de repente achar graça na própria fúria e na história que estava contando”. Joaquim Pedro de Andrade nasceu no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1932 e morreu na mesma cidade em 10 de setembro de 1988. Filho de Rodrigo Mello Franco de Andrade, um dos fundadores do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Joaquim conviveu desde cedo com figuras como Bandeira, Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer e Carlos Drummond de Andrade, que costumavam frequentar sua casa. Joaquim Pedro iria repetir a fórmula de breve documentário em Mestre de Apipucos, também filmado em 1959, em que retrata a intimidade do sociólogo e escritor Gilberto Freyre, também amigo de seu pai. Rodeado de intelectuais de esquerda, Joaquim foi criticado pela escolha: Freyre era uma figura assumidamente conservadora.   Nossas veias ainda não cicatrizaram

Uma jam com Lester Young

  O curta-metragem Jammin’ the Blues foi um dos poucos registros cinematográficos de uma época gloriosa do jazz, em que o saxofonista Lester Young era uma das figuras de proa. Lírico e inovador na improvisação musical, Pres, diminutivo de President (apelido dado pela amiga Billie Holiday) influenciou Charlie Parker, John Coltrane e Tom Jobim. Dirigido por Gjon Mili, fotógrafo de origem albanesa da revista Life, o filme de 1944 capta Young ao lado de Red Callender, Sweets Edison, Marlowe Morris, Sidney Catlett, Barney Kessel, Marie Bryant and Joe Jones. Mili usou técnicas desenvolvidas pelo inventor Harold Edgerton que inovaram o modo de captação de imagens dos movimentos de dançarinos, músicos e atletas. Aumenta o som: Lester Willis Young nasceu há 105 anos em Woodville, Mississippi em 27 de agosto de 1909 e morreu em Nova Iorque, em 15 de março de 1959. Young deu o troco carinhoso em Billie e a apelidou de Lady Day. Ambos formaram um dos mais felizes casamentos musicais da história do jazz. Young morreu poucos meses antes de sua grande amiga, em 1959. O saxofonista conseguiu transformar sua timidez em um estilo cool marcado pelo uso de óculos escuros nos ambientes escuros e esfumaçados dos clubes de jazz, seu inseparável chapéu e uma maneira única de tocar o sax posicionado em diagonal. Seu pai, Willis, era professor de música e ensinou o filho a tocar trompete, percussão e sax. A banda formada pela família Young, que vivia em Nova Orleans, animava festas populares no sul dos Estados Unidos. Adulto, Lester Young passou a admirar o pai por ter lhe ensinado a enfrentar o duro racismo no conservador sul norte-americano. Mas, durante a adolescência, Lester sofria com as surras de cinta do pai e chegou a fugir 12 vezes de casa. Em uma dessas fugas, Young não voltou mais, foi para Kansas City onde substituiu Coleman Hawkins na banda de Count Basie no início dos anos 30. Todo músico da época conhecia a pequena garrafa de licor que Young carregava no bolso. Em 1945, no final da Guerra Mundial, Young servia ao Exército e amargou um ano preso em uma cabana por posse de maconha. Nos anos 50, enfrenta sérios problemas com o álcool e, em 1955, é internado com a justificativa oficial de colapso nervoso. Em 1959, morre aos 49 anos. Música Ghost of a chance: Lester Young com Oscar Peterson: Música Prisoner of Love: O pesquisador musical Phil Schaap estuda a obra de Lester há muito tempo, assista a esse breve documentário sobre o músico produzido por ele:

A trágica morte de Sharon Tate

Sharon Tate – Em 9 de agosto de 1969, a atriz Sharon Tate, com apenas 26 anos, foi assassinada na Califórnia a mando do psicopata Charles Manson. Grávida de 8 meses e esposa do diretor de cinema Roman Polanski, de Bebê de Rosemary (1968) e Chinatown (1974), entre outros grandes filmes, Tate protagonizou involuntariamente um absurdo roteiro de filme B de horror. Tate e Polanski apaixonaram-se durante as filmagens do filme A Dança dos Vampiros, em 1967. No início das filmagens, Polanski teve pouca paciência com a atriz Sharon, chegando a rodar setenta vezes uma mesma cena para ficar satisfeito. Após o filme, foram viver juntos em Londres, onde se casaram em 20 de janeiro de 1968. Logo depois, mudaram para uma mansão no coração de Hollywood. Sharon Marie Tate nasceu em Dallas, no Texas, em 24 de Janeiro de 1943, filha do coronel Paul Tate, um oficial do exército norte-americano e Doris Gwendolyn. O brutal crime foi praticado por 4 integrantes de A Família, espécie de seita criada por Manson. Além de Tate (apunhalada 16 vezes), os assassinos vitimaram Wojciech Frykowski (apunhalado 51 vezes), amigo de longa data de Polanski, a namorada de Frykowski, a milionária herdeira da indústria do café, Abigail Folger, o cabelereiro Jay Sebring, que chegou a ser noivo de Tate e tornou-se grande amigo do casal após o casamento da atriz com Polanski, e Steven Parent, assassinado na estrada próxima à casa de Tate, no bairro de Bel Air, em Los Angeles. No dia do crime, Polanski trabalhava na produção de seu novo filme, O dia do delfim, na Europa, que nunca foi realizado. Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Leno LaBianca, dono de supermercados, e sua esposa Rosemary, e matou os dois. Para Polanski, a tragédia familiar repetiu-se: sua mãe, Bula Polanski, foi assassinada grávida de 4 meses na câmara de gás no campo de concentração de Auschwitz na Segunda Guerra Mundial. Em sua autografia, Roman, de Polanski, o diretor escreveu sobre o crime: “Logo que os assassinatos foram descobertos, os meios de comunicação informaram-se com os bisbilhoteiros de Hollywood e começaram a agitar alusões a orgias, festas com drogas e magia negra. Não apenas a comunidade mais puta, mas também a mais insegura do mundo, Hollywood estava tentando achar uma explicação que culpasse pura e simplesmente as vítimas e assim reduzisse a ameaça a Hollywood como um todo. O raciocínio corrente era de que Sharon e aqueles que morreram com ela eram responsáveis pelas suas próprias mortes, porque tinham se metido em práticas sinistras e andavam com uma turma errada. Nada do gênero podia jamais ter acontecido a gente comum, decente e temente a Deus. O fato de um casal perfeitamente normal, os LaBianca, haver sido assassinado em circunstâncias similares no dia seguinte foi convenientemente ignorado”. A imprensa na época explorou até o osso todos os detalhes do crime. A revista Time publicou: “foi uma cena tão sinistra quanto tudo descrito nas explorações em filmes de Polanski, dos aspectos escuros e melancólicos do caráter humano”. Não cabe detalhar os detalhes tétricos do crime arquitetado por uma figura doentia como Charles Manson. Para terminar, mais duas fotos de Sharon e sua filmografia, curta devido à morte precoce:   Filmografia de Sharon Tate: 1961 – Barrabás 1966 – O Olho do Diabo 1967 – A Dança dos Vampiros 1967 – O Vale das Bonecas 1968 – Arma Secreta contra Matt Helm 1969 – 12+1 Filme de Tarantino conta a tragédia da atriz Sharon Tate

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