O leitor não é um penduricalho dos blogs
Acho que já está na hora de vocês leitores opinarem de forma mais efetiva sobre o que vai acontecer com o jornalismo e com a imprensa daqui para frente. A profissão e o negócio da notícia estão mudando por causa da internet e isto afeta todos os que consomem informações, ou seja, praticamente os quase 7,8 bilhões de habitantes do planeta Terra. Os jornalistas e os executivos da imprensa não têm claro o que precisa e pode ser feito porque a informação digital recém está começando a ser entendida. Os profissionais ainda não têm o domínio das narrativas pela internet, principalmente o uso da multimídia. Não é o uso técnico e sim o humano. Qual a melhor maneira de transmitir uma mensagem e para quem, por exemplo. Já os executivos ainda não descobriram uma forma de tornar novamente rentável o negócio da informação. Estão na base do erro e do acerto, mais do primeiro do que do último. O que as duas partes estão perdendo é a perspectiva de que sem o público, ambos vão errar muito mais, além de jogar fora muito dinheiro e esforços. A participação das pessoas é essencial para garantir a diversidade de visões, dados e fatos, capazes de ampliar o alcance e a profundidade das soluções propostas para a comunicação digital. Se eu sei o que as pessoas desejam, eu posso fornecer-lhes o que procuram. Hoje não basta mais fazer pesquisas de opinião para saber o que o público pensa e quer. É preciso ir muito mais fundo porque quanto mais detalhado for o conhecimento do que as pessoas desejam, mais específico pode ser o produto ou serviço a ser oferecido, o que faz uma brutal diferença em matéria de satisfação e faturamento. Mas para chegar a este nível de detalhamento é indispensável o envolvimento de leitores, ouvintes e telespectadores na produção de informações. Não como uma plateia e nem como um júri, tipo auditório. Mas como protagonista de discussões de igual para igual com jornalistas e executivos. Isto não é mais uma utopia. Já existem comunidades de leitores nos Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, França, Espanha e Austrália, só para citar alguns exemplos. Na cidade de Boulder, no Colorado, Estados Unidos, um jornal montou uma comissão participativa de executivos, jornalistas e leitores para procurar um novo modelo de negócios para uma publicação de notícias pela internet. Os leitores, ouvintes e telespectadores não devem esperar convites formais para começarem a palpitar na sua publicação digital de preferência. Jornalistas e executivos ainda são muito autossuficientes para admitirem que precisam da ajuda do público. Mas se as pessoas começarem a dar sugestões e fazer propostas, eles não vão recusar porque toda participação será benvinda , diante da enormidade dos problemas que jornalistas e executivos enfrentam neste inicio da era digital. Se você lê e segue este blog, porque não começar por ele? Afinal não sou nenhuma exceção no meio dos jornalistas online. Também estou tateando em busca de melhores formas de comunicar ideias via internet. Publicado originalmente no Medium de Carlos Castilho. https://urutaurpg.com.br/siteluis/o-jornalismo-vive-o-conflito-entre-novas-tecnologias-e-velhos-valores/ Era pós Trump põe a imprensa diante de novos desafios editoriais Da mídia de consenso à de conflito