por Fernando do Valle
Fascistas, no pasarán – Após as demonstrações explícitas de fascismo nas ruas no último dia 16, muitos internautas voltaram a utilizar a expressão “não passarão” (em espanhol, no pasarán) para rechaçar o ódio da extrema direita. Vale lembrar a origem dessa expressão.
Popularizada pelos republicanos na luta contra os franquistas na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), há indícios de que a expressão surgiu na Primeira Guerra Mundial da boca ou do general francês Robert Nivelle ou de seu comandante Philippe Pétain em uma estratégia de batalha.
Em 1936, a militante republicana Dolores Ibárruri, mais conhecida como La Pasionaria, utilizou o lema em discurso contra o avanço das tropas fascistas do general Franco na capital espanhola. Ela a retirou de um cartaz dos republicanos produzido pelo artista Ramón Puyol. Outra expressão conhecida e muito usada nos embates políticos é também creditada a Dolores: “para viver de joelhos, é melhor morrer de pé”.
O curioso apelido La Pasionaria surgiu por iniciativa da própria Dolores, que assinou seu primeiro artigo na imprensa operária com o pseudônimo. Era Semana Santa.
Franco venceu a guerra na Espanha, mas o slogan continuou popular entre as tropas aliadas na guerra contra o nazi-fascismo. La Pasionaria continuou na luta e foi uma das principais opositoras à ditadura franquista. Em 1960, passou a presidir o Partido Comunista Espanhol e, em 1977, dois anos após a morte de Franco, foi eleita deputada com 82 anos.
A banda punk polonesa Blade Loki canta a música No pasarán. Como aposto que você não entende polonês, clica aqui para entender a letra, aviso que a tradução não é boa: