Zona Curva

História na veia com professor Vitor Soares

Colaborou Isabela Gama

O CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu no dia 26 de maio o professor de história e podcaster, Vitor Soares. Ele falou sobre seu podcast, o História em meia hora, onde explica eventos históricos em 30 minutos. Vitor foi entrevistado por Fernando do Valle, editor do Zonacurva.

O História em meia hora nasceu em 2020, porém o professor conta que a vontade de produzir conteúdo em formato de áudio surgiu há quase 10 anos, quando ele retornava um dia da faculdade. Hoje, a boa repercussão do podcast fez Vitor deixar as salas de aula por um tempo, para que pudesse se dedicar ao projeto. “Sinto falta do ambiente escolar, de ter um contato direto com os alunos”, confessa. Ele planeja retornar a lecionar em escolas ou em universidades.

Vitor também participa de outros dois programas: Aventuras na História e o História pros Brothers. O professor comentou sobre a tragédia envolvendo Genivaldo de Jesus, que foi morto pela polícia após ser trancado em uma viatura junto a uma bomba de gás lacrimogêneo na cidade sergipana de Embaúbas.

A atitude da polícia chocou os brasileiros e muitos compararam a ação com as câmaras de gás usadas nos campos de concentração nazistas na Segunda Guerra Mundial. O professor explica que, apesar do atual governo flertar com alguns discursos fascistas como o nacionalismo exacerbado, a eleição de um inimigo comum à nação e o discurso pró armas, é importante apontar que essas ações não fazem do governo Bolsonaro diretamente fascista devido às especificidades dos dois períodos históricos.

Vitor Soares, apresentador do podcast “História em Meia Hora” e professor de história

Além disso, Vitor relembra que classificar e chamar os eleitores de Bolsonaro de fascistas é uma estratégia ruim de tentar fazer política e revela um academicismo vindo da elite intelectual. Principalmente, quando isso é direcionado às classes menos favorecidas da sociedade, que encaram a política de maneira mais prática como, por exemplo, nas altas dos alimentos e da gasolina. “Chamar uma apoiadora do Bolsonaro, que mora na periferia e só quer colocar comida na mesa, de fascista é extremamente problemático” afirma Vitor.

O revisionismo histórico foi também um assunto abordado na conversa. Segundo Vitor, a estratégia de Bolsonaro e seus apoiadores em dizer que a ditadura nunca existiu e que o comunismo e a esquerda vão acabar com o país são a repetição de um plano do período da guerra fria inventado pelos Estados Unidosj, justamente o país que financiou e apoiou ditaduras na América Latina entre os anos 60 e 80 do século XX.

Segundo ele, um povo que teme o comunismo e suas mazelas não se rebela contra a desigualdade social, esse sim um problema grave que existe no Brasil. Sendo assim, atitudes absurdas como homenagens ao Coronel Ustra e a deslegitimação de centenas de vidas perdidas na ditadura brasileira nada mais são do que mais uma cortina de fumaça deste governo, completa o professor.

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