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Murilo Ribeiro – um contador de histórias

Murilo Ribeiro – Estive no Museu de Arte da Bahia (MAB) em uma noite agradabilíssima deste mês para apreciar e prestigiar a abertura da exposição “Murilo Ribeiro – Um contador de histórias”, que apresenta a série “Eu nasci há dez mil anos atrás”, composta por 60 quadros a óleo do artista.

Cartaz da exposição de Murilo Ribeiro (acervo pessoal)

Murilo tem uma trajetória extensa nas artes, que se inicia ainda aos 13 anos nas Alagoas. Hoje radicado na Bahia, onde o artista aperfeiçoou sua técnica no curso de Belas Artes na UFBA (Universidade Federal da Bahia) pelo idos de 1975. Ele atualmente também é o diretor do Palacete das Artes – Museu Rodin Bahia.

Exposição Murilo Ribeiro – Um contador de Histórias  (acervo pessoal)

O nome escolhido para a série traz no seu âmago a genialidade e picardia de um dos baianos mais notáveis da música contemporânea do Brasil – Raul Seixas, narrando experiências “retrofuturistas”  a partir de visão privilegiada do passado. Murilo e Raul criaram a sinergia perfeita para contar histórias – não obstante que a pintura durante longos séculos foi esse fio condutor, interlocutor e expositivo para retratar a vida, a sociedade, e a passagem do tempo com todas as suas nuances – o que nos proporcionou uma imersão fabulosa, esbanjando sensibilidade, e um traço muito peculiar das suas obras, “modernamente” expressionista. 

Murilo Ribeiro em sua exposição no Museu de Arte da Bahia (MAB) (acervo pessoal)

A exposição de Murilo em si é pura sinestesia, permitindo ao espectador passear por vários momentos de sua expressão. Seus quadros estão todos preenchidos, não há vazio. São cores vibrantes em contraste com o preto, que é o elemento de convergência em toda a série.

Me permiti ver, em muitos dos seus quadros, passagens de “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’agua”, certamente pela influência amadiana, mas as referências são muitas, de fato, vemos a obra e lá estamos frente à história.

Outro aspecto da exposição foi o projeto expográfico, tautócrono, permitiu que a experiência museal fosse completa. Deixei a exposição desejoso de vê-la num catálogo pra rememorá-la outras tantas vezes. E curioso para ver a mediação do projeto educativo, principalmente a impressão dos mais novos, ao se depararem com uma tela “inanimada”.

Murilo e suas obras (acervo pessoal)

A sala de exposições do MAB estava repleta de artistas, amigos e familiares, todos inebriados por seus traços e contornos e a verdade de suas obras. 

Para quem desejar apreciar essa belíssima exposição (e eu sugiro que coloque realmente na agenda) a mostra ficará à disposição dos visitantes até o dia 17 de abril. 

SERVIÇO: O Museu de Arte da Bahia é um equipamento vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC)/Secretaria de Cultura/Estado da Bahia. e funciona de terça a sexta das 13h às 18h e, aos sábados, das 13h às 17h. Entrada franca.

Exposição do iconoclasta León Ferrari no MASP

 

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