Zona Curva

O aumento da fome e a ascensão dos novos bilionários

No último dia 20 de maio, o homem mais rico do mundo, Elon Musk, se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro, no interior de São Paulo. Em um evento de lançamento de um projeto envolvendo a SpaceX, empresa de tecnologia do bilionário. Os apoiadores do presidente ficaram agitados e teceram centenas de elogios a Musk nas redes sociais.

Musk têm a sua fortuna avaliada em 218 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes. Dono da Tesla e da Space-X, Musk veio de uma família rica de Pretória, na África do Sul. O pai, Errol Musk, explorava minas de esmeralda. Desde 2019, seu patrimônio aumentou 699%, o bilionário é tão rico que pode perder 99% de sua fortuna e ainda estará entre os 0,0001% dos mais ricos do mundo. 

Assim como Musk, outros bilionários obtiveram maior receita durante os anos de pandemia. Segundo o relatório da Oxfam Lucrando com a Dor, a fortuna dos bilionários aumentou. Os setores que mais lucraram foram o alimentício e o energético, que receberam um bilhão de dólares a cada dois dias. Isso ocorre em um período onde mais de 60 milhões de pessoas passam fome, só na América Latina, segundo o Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutricional 2021 da ONU.

Em muitos lares brasileiros, há dias em que as panelas e os pratos estão vazios (Fonte: Arquivo/Agência Brasil)

James Cargill II, responsável pela holding Cargill, dona de marcas como Liza, Maria, Pomorola e entre outros, obteve US$ 5 bilhões em lucro líquido em 2021, lucro recorde que deve ser batido novamente neste ano. A fortuna de Cargill II aumentou em quase US$ 20 milhões por dia desde o início da pandemia da COVID -19.

A crise sanitária e a alta dos preços dos alimentos foram a combinação fatal para o empobrecimento ainda maior as classes mais populares. Durante este ano, um milhão de pessoas cairá na extrema pobreza a cada 33 horas, enquanto surge um novo bilionário a cada 30 horas no mundo.

O relatório da Oxfam revela ainda que uma pessoa comum que está entre os 50% mais pobres demoraria 112 anos para ter o que uma pessoa dos 1% mais ricos recebe em um ano. Sendo assim, se torna claro a importância de políticas públicas que prezam por uma melhor distribuição de renda.

O relatório ainda sugere uma forma de como remanejar recursos de uma forma eficaz com a criação do imposto pandêmico sobre os lucros excessivos das maiores corporações do mundo, a Oxfam estimou que tal imposto sobre 32 corporações super lucrativas durante a pandemia, poderia ter gerado US$ 104 bilhões em receitas. 

Além disso, a taxação de grandes fortunas também se faz necessária, segundo estimativas do relatório, se fortunas acima de US$ 5 milhões fossem taxadas em 2%, as acima de 50 milhões de dólares em 3% e em 5% as acima de US$ 1 bilhão, seria arrecado US$ 2,52 trilhões em todo o mundo. Com esse montante, seria possível produzir vacinas suficientes contra a COVID-19 para o mundo além de tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza.

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